sábado, 31 de março de 2012

Aconteceu Alguma Coisa!

    Guardas na porta
    Barrando a passagem
   Perguntas e dúvidas
   Ninguém se sabe:
  - Acho que mataram alguém!
  - Você ta louca meu bem?

  - Vai que é assalto...
  - Fujo de salto...!
  - A velha ta desmaindo!
  - É uma loirinha muito da bacana!
   - Então esta brigando!
   - Olha o padre!
    - Será que foi abençõa?
    - O difunto?
    - To ficando sem rumo!

    - Incêndio não é!
   -  Meu Deus mulher!
   - Interditaram o edifício!
   - Da onde já se viu isso?

   - Ta saindo o caixão!
    - Isso não é paixão!

    - É geladeira.
    - Mas já... vai congela?
   - Que conversa é essa? Não morreu ninguém!
  - Não?
   - É liquidação!!

terça-feira, 27 de março de 2012

Ausência

    Por muito tempo, achei que a ausência é falta.
    E lastimava, ignorante, a falta.
    Hoje não a lastimo.
    Não a falta na ausência.
    A ausência é um estar em mim.
    E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
    que rio, danço e invento exclamações alegres,
    porque a ausência assimilada, 
    ninguém a rouba mais de mim!
                     Carlos Drummond de Andrade

Mémoria

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.
Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.
            Carlos Drummond

terça-feira, 20 de março de 2012

Tudo Diferente

      Era uma manhã de segunda normal como as outras, levantar cedo e estudar bastante pois era dia de prova de português e acabar com a preguiça do final de semana!
     Sete horas, eu já estava lá na escola torcendo para  tirar uma nota boa, e enquanto minha professora Maria de Lourdes não chegava, eu dava mais uma relida para ver se tinha dúvida.
     Depois de um tempo ela chega, ajeita a sala e entrega a prova falando:
     - Releia a prova e se concentre, pense no que vimos, discutimos e trabalhamos juntos esse tempo, muita atenção e boa prova!
    Quando ela disse essa frase passou um filme na minha cabeça, um filme mágico e lindo! Era mais ou menos assim:
       Eu estava em um branco, um nada, sem ninguém e desesperada! De repente começei a ver uma montanha muito alta e sabia que atrás dela haveria uma paisagem muito melhor.
      Pensei, será que escalo? Mas como....? Era impossível não tinha equipamento e era enorme!
     Mas nada é impossível,  basta apenas tentar,assim lembrei e claro com tudo que aprendi vou conseguir chegar mais alto, e foi ai que lembrei do português, uma arte na minha vida, os livros, as poesias, a magia das letras que nos fazem entrar em um sonho!
     Pensei na hora em fazer igual o Rick, pegar uma girafa para me levantar até um tapete de borboletas, onde elas me transportariam para o ponto mais alto do pico, e alí conseguiria ganhar um presente igual " Mãe sem dia" um novo horizonte, em que a imaginação nos transporta!
    E com esse pensamento fiz uma boa prova, onde alcançei e superei novas metas!
                 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Carlos Drummond- Biografia

      Carlos Drummond de Andrade, nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, no dia 31 de Outubro de 1902.
     Viveu em uma casa alugada em Itabira até 2 anos de idade, logo depois mudou-se para outra casa em Itabira  onde ficou dos seus 2 anos de idade até 18 anos.
     Drummond gostava muito de compor poesias, e ele sempre ia no Pico do Amor um lugar onde  a    vista maravilhosa, e lá ele observava Itabira sua cidade natal e via os prejuizos e os benefícios da cidade!
      Ele também sempre ia rezar na igreja Nossa Senhora do Rosário, um lugar onde ele frequentava muito e admirava, a igreja foi feita pelos escravos e sua pintura o deixava encantado!
      Um detalhe que Carlos Drummond não deixava passar, era sempre ir a Fazenda do Pontal aos finais de semana colher frutas, oque ele adorava fazer!
     Ele teve um caso em sua primeira escola, atualmente conhecida como Escola Municipal Coronel José Batista em Itabira, que pelas suas próprias palavras foi ai que começou a ser escritor. O caso era que a professora de geografia estava explicando como Paris era bonita, com os rios a Torre Eiffel e sobre como Londres na época de chuva ficava com a atemosfera intensa, enquanto todos alunos escutavam, Drummond era o único que escrevia tudo que ela falava. Até que uma certa hora, a professora tirou da sua mão a folha que escrevia, e todos alunos ficavam rindo pois achavam que ele iria arrumar confusão, mas não foi isso que aconteceu, a professora o elogiou e disse que quando ele ficasse maior, iria ser um grande poeta!
     Em 1925 casou-se com Dolores Dutra Moraes, e concluiu seu curso de farmácia em Ouro Preto. No mesmo ano, ele fundou com outros escritores "A Revista", que apesar da vida breve foi importante para o modernismo em Minas.
     No ano seguinte, mudou-se para Belo Horizonte a fim de ser redator chefe do " Diário de Minas". Em 1927, ele e Dolores perderam seu filho recém nascido. Em 1929 ele abandona o " Diário de Minas" para trabalhar no jornal " Minas Gerais", orgão oficial do estado. Já em 1930, publicou seu primeiro livro " Alguma Poesia", com 500 exemplares , e se tornava redator dos jornais " Estado de Minas", " Minas Gerais" e o "Diário da Tarde".
    Em 1934, ele publica " Brejo das Almas" e assume um cargo público no Rio de Janeiro como chefe de gabinete do ministro da educação.
    Anos se passaram e no dia 31 de Janeiro de 1987, ele escreveu seu último poema " Elegia a um tucano morto". E também é homenageado pela escola de samba Estação Primeira de Mangueira, com o samba enrredo " No reino das palavras" que vence o carnaval de 87. No dia 5 de Agosto falece sua filha Maria Julieta, vítima se câncer. 12 dias depois Carlos Drummond o poeta falece, de problemas cardíacos, e é enterrado no mesmo túmulo que a filha, no cemitério São João Batista do Rio de Janeiro.
    Foram muitas lembranças e obras importantes deixadas pelo autor, como " O avesso das coisas", " Moça deitada na grama", " O amor natural", " Viola de bolso", " Arte em exposição" e " Forewell".
     O mundo sente falta desse grande poeta, mas Itabira hoje, construiu um memorial falando da vida de Carlos Drummond de Andrade e claro, várias estátuas suas estão espalhadas pela cidade!
          

Vó caiu na piscina - Carlos

Noite na casa
A luz apagou
Entra o garoto
Que insistente ficou

Rapidamente ele fala
" Pai vó caiu na piscina"
Mas o pai não se abala

O garoto estranha
E pergunta se escutou
Houve um "sim"
Mas se espantou



O pai parece
ser folgado
E pede para fumar
Um cigarrinho descansado

O menino reclama
Que a vó esta no escuro
O pai parece estar
Em um porto seguro

O homem pede
Para o menino se deitar
Pois de manhã
É difícil ele acordar

O garoto volta
Ao assunto
Mas o pai
Fica sem rumo

Depois da discussão
O garoto sai
Mas o pai
Nem atrás vai

Chega a mãe
E explica as coisas
Logo após
Ele entende as coisas

O homem
Sai correndo
Até tropeça
Mas ajuda ela